(Lucas 8,19-21)
Terça-Feira, 20 de Setembro de 2011
Ss. André Kim Taegon, Paulo Chong, Comps. Mts
— O Senhor esteja convosco.— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 19a mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão. 20Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. 21Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Esta é uma das passagens preferidas daqueles que gostam de “diminuir” a Virgem Maria. Neste texto, Jesus afirma que a mãe e os irmãos d’Ele são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática. Não podemos entrever nas palavras de Jesus um desprezo à Sua mãe. Antes, pelo contrário, Jesus sabia que não houve uma mulher que fosse tão fiel às palavras de Deus, Seu Pai, senão Maria.
Portanto, Jesus exalta aqueles que escutam a Sua Palavra e a põem em prática, a ponto de igualá-los à pessoa que Ele mais tem consideração no mundo: Sua mãe. É para mim e para você que Ele dirige esta bem-aventurança. Se nós escutarmos e pusermos em prática Seus ensinamentos, faremos parte da família de Jesus. E “fazer parte da família” implica dizer que teremos os mesmos direitos, os mesmos bens e os mesmos deveres!
Para aqueles que questionam se Maria teve outros filhos ou não quero levá-los a meditar no termo “irmão”. No idioma falado naquela região, na época de Jesus, era utilizado para designar irmão ou primo: “Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso?” (Mateus 13,55-56).
A Sagrada Escritura nos dá claros indícios dos supostos “irmãos de Jesus”. Não eram filhos da mãe de Jesus (Maria), mas, parentes em sentido amplo. A palavra grega ADELPHOI que, nos Evangelhos, é traduzida por “irmãos”, é equivalente ao vocábulo bíblico e semita “AH” que significa “parentesco em geral”, tanto em aramaico como em hebraico o termo “AH” não designa somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos ou parentes mais distantes, devido a pobreza vocabular dessas línguas, como pode ser observado em Gênesis 13,8-14; 29,12.15; 31,23; I Crônicas 23,21-23; II Crônicas 36,10; II Reis 36,10; I Samuel 20,29; Juízes 9,23.
A certeza é que Maria concebeu Jesus virgem e permaneceu virgem após o parto (mistério de fé) e que, após sua morte, ela subiu aos céus sem pecado. O próprio Catecismo da Igreja Católica considera o ato sexual no Matrimônio uma bênção de Deus. Considera José como castíssimo esposo. No entanto, a nossa visão de castidade é um pouco distorcida: castidade não significa abstinência sexual, mas sim a vivência da sexualidade de forma sensata e coerente, respeitando o tempo de viver cada etapa da vida.
Após o casamento, José e Maria poderiam ter relações sexuais, e isso não seria nenhum pecado. Pelo contrário, seria um ato abençoado por Deus. Consequentemente, não haveria motivo para se pensar que Maria seria “menos santa e digna” por causa disso. Afinal, ela é a Mãe do Filho de Deus!
A união com Jesus não se dá por vínculos de sangue ou raça, mas pela união ao amor misericordioso do Pai que vem libertar e trazer vida a todos os homens e mulheres. Frequentemente, as famílias se fecham em torno de tradições e de interesses particulares e até excludentes.
Jesus amplia um conceito tradicional e hermético de família para um conceito aberto e solidário, com uma dimensão universal. Na medida em que a família se comprometa com o fazer a vontade do Pai ela se abre à partilha, à solidariedade e à acolhida aos mais excluídos e empobrecidos, sem preconceitos e com amor.
Cristo indica, assim, o parentesco espiritual que O liga ao povo que resgatou. Os Seus “irmãos e irmãs” são os homens santos e as mulheres santas que tomam parte com Ele na herança celeste. A Sua “mãe” é toda a Igreja porque é ela quem, pela graça de Deus, gera os membros de Jesus Cristo. A Sua mãe é também toda alma santa que faz a vontade do Pai e cuja caridade fecunda se manifesta naqueles que gera para Ele, até que Ele mesmo neles seja formado (cf. Gl 4,19).
Maria é certamente a mãe dos membros do Corpo de Cristo, isto é, de todos nós. Porque, pela sua caridade, ela cooperou para gerar na Igreja os fiéis que são os membros do corpo místico de Jesus.
Padre Bantu Mendonça
Santo André Kim e companheiros mártires

Tudo começou no Século XVII, com o interesse pelo Cristianismo por parte de um grupo de letrados que ao lerem o livro do missionário Mateus Ricci com o título "O verdadeiro sentido de Deus", tiveram a iniciativa de encarregar o filho do embaixador coreano na China, na busca das riquezas de Jesus Cristo. Yi Sung-Hun dirigiu-se ao Bispo de Pequim que o catequizou e batizou, entrando por aí a Boa Nova na Coréia, ou seja, por meio de um jovem e ousado leigo cristão que, com amigos, fundaram uma primeira comunidade cristã.
Com a eficácia do Espírito, começaram a evangelizar de aldeia em aldeia ao ponto de somarem, em dez anos, dez mil testemunhas da presença do Ressuscitado.
Várias vezes solicitaram do Bispo de Pequim o envio de sacerdotes, a fim de organizarem a Igreja. Roma, porém, era de difícil acesso e o Papa sofria com a prepotência de Napoleão, resultado: somente a Igreja pôde socorrer aos cristãos coreanos, trinta anos depois, quando os cristãos coreanos tinham sido martirizados aos milhares, juntamente com os 103 mártires, dentre estes: André Kim, o primeiro padre coreano morto em 1845; dez clérigos e 92 leigos.
Alguns testemunhos ficaram gravados, e dentre tantos: "Dado que o Senhor do céu é o Pai de toda a humanidade e o Senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para o trair? Se neste mundo aquele que trair o pai ou a mãe não é perdoado, com maior razão, não posso nunca, trair aquele que é o Pai de todos nós!" (Teresa Kwon).
Os primeiros mártires coreanos escreveram, com sangue, as primeiras páginas da história na Igreja da própria pátria. Na data da canonização, bicentenária do início da evangelização da Coréia, esta nação contava com 1.4000.000 católicos, 14 Dioceses, 1.200 sacerdotes, 3.500 religiosos e 4.500 catequistas, atestando mais uma vez a frase de Tertuliano:
"O sangue dos mártires é sangue de novos cristãos!"
Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!
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